projetos & eventos
Coletivo Semente apresenta resultado de suas oficinas
INANTECIPÁVEIS.
Integrado por um grupo de artistas e professores que utilizam a arte como meio para estabelecer relações de troca e experiências de criação, o Coletivo Semente realizou oficinas contemplando diversas linguagens artísticas. A exposição que aqui segue consiste no fruto deste trabalho, ocorrido junto a Casa de Apoio Liberdade, no Rio Tavares, em Florianópolis, durante os meses de abril a agosto de 2016.
Os habitantes desta comunidade são homens entre 18 e 60 anos, vindos das mais diversas procedências, internados pelos mais diferentes motivos e cotidianamente se deparando com um esforço de recuperação com vistas à retomada de sua vida pessoal e funcional. As razões que os conduziram a este local foram, em grande parte, inantecipáveis. Também o são os enredos que pertencem a estes rostos praticamente invisíveis, quando com eles nos deparamos em algum ponto da cidade. Igualmente o são as escolhas e desejos mais profundos com os quais cada um terá que se confrontar e resolver ao longo da vida…
Ainda que não estejamos livres de que, a qualquer momento, fatos imprevisíveis e inantecipáveis possam cruzar nossos caminhos, causando uma alteração no curso dos acontecimentos e resultando em algo que não era esperado, não se deve confundir estes dois tipos de evento. Enquanto a palavra imprevisível se refere a uma mudança que ocorre, por exemplo, nas condições do tempo ou de certas escolhas, em casos de perdas de seres ou ganho de coisas que não se anunciam antecipadamente, há algo mais profundo e radical que, negando tanto o prognóstico como o pressentimento, se precipita para causar uma mudança inimaginada.
Podemos situar a distancia entre estas duas palavras na mesma proporção que existe entre o provável e o possível. Assim, a palavra provável se refere aquilo que é viável, razoável, verossímil, realizável, praticável, aceitável. Por exemplo: depois da noite vem o dia; após o verão as temperaturas ficam mais baixas e muitas árvores perdem as folhas. Já a palavra possível se refere ao concebível, justificável, imaginável, apresentando uma conotação mais potencial, virtual e latente. Por exemplo: existem flores no paraíso, os anjos cuidam dos mortais, a arte pode fazer um coelho azul.
Enquanto o imprevisível se relaciona ao provável, o inantecipável pertence à ordem do possível. Tal afirmativa se exemplifica quando ex- moradores de rua executam delicadas aquarelas, jovens de baixa escolaridade se interessam verdadeiramente por história da arte e por fotografia, quem nunca foi ao museu nem ao teatro escreve uma peça ou um poema, quem teve a morte como vizinha descobre os prazeres de um caderno de desenho e o sonho de lidar com a escrita literária. Trata-se de possibilidades, cuja resposta não advém da ordem cronológica ou da lógica causal, mas foram engendradas em improvável circunstância e inesperado momento, em que tudo pode acontecer, inclusive o impossível.
HASSIS NO MUSEU HISTORÍCO NACIONAL
Em uma parceria entre Museu Histórico do Rio de Janeiro, Fundação Hassis e Museu do Contestado, apresentamos uma das séries mais importantes do artista Hassis, que neste ano completaria 90 anos de idade. Com a curadoria de Denilson Antonio, a exposição é composta por registros feitos em desenhos que conta a história do conflito que durou quatro anos e marcou com sangue a história do sul do País. Uma seleção de fatos ilustrados em 78 gravuras feitas a nanquim em bico de pena. Para essa exposição levamos uma de suas principais obras, o painel, “O Contestado – Terra Contestada”, finalizado em 1985, dividido em sete módulos com 2,75m (alt) x 1,80m (larg) com 36 metros quadrados de pintura em acrílico. Conta em fases a história da guerra, os conflitos, a fé religiosa, os mercenários, as grandes empresas, o trem de ferro, que é o mais importante registro pictórico sobre o fato que devastou o vale e matou cerca de 20 mil pessoas. Este ano de 2016, marca o final da guerra. Com a prisão de Aderbal, um dos últimos caboclos que comandaram o povo nos confrontos dava-se fim aos confrontos que duraram quatro anos. São 100 anos, que não apagaram as suas marcas. Tornar visível, para não deixar apagar a importância de um povo forte, que não deixou-se dominar. Compõe a exposição, um documentário produzido pela Fundação Cultural de Santa Catarina. Outro vídeo mostra o artista, sua relação e sua produção em torno do tema.
Objetivos
Expandir o alcance da obra de Hassis, levar sua produção para a cidade do Rio de Janeiro, écolocar aos olhos, uma obra singular, além de contar a história da Guerra do Contestado, contar a história de um Estado. A “guerra dos pelados” como também ficou conhecida, foi uma ação direta do governo sobre os posseiros que habitavam a região há muitos anos, esquecidos, sem educação, saúde, ainda tirados de sua terra sem direito algum. A ação dos latifundiários que queriam explorar a região e a madeira que era rica e abundante.
Esse ano se torna importante por mais de um motivo; para o artista que completaria noventa anos em 2016, os 15 anos da Fundação que leva seu nome e o centenário do final da Guerra do Contestado.
Poder comemorar e memorar esses fatos, em plena Olimpíadas é uma honra, e de singular importância para a visibilidade da arte brasileira. É indiscutível a qualidade dessa série, já reconhecidas por diversas autoridades na área. Como dar valor ao trabalho de um artista sem mostrá-lo ao publico, sem torná-lo passível da critica e das relações possíveis. É dar a devida importância à dedicação, á pesquisa e à produção desse artista que produziu isolado em uma
ilha, mas atento a tudo que acontecia no mundo.
Local: Museu Histórico Nacional
Endereço: Praça Mal. Âncora, s/n – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20021-200
Centro Histórico da cidade do Rio de Janeiro/RJ
Agenda:
A abertura será no dia 02 de agosto de 2016 as 12:30h.
No mesmo dia as 10:00h, duas palestras serão realizadas: Denilson Antonio, coordenador do setor educativo e curador do Museu Hassis, fala sobre a vida e obra de Hiedy de Assis ou “Simplesmente Hassis”. Como convidado, Rogerio Rosa, Doutor em História Social pela UFRJ.
Rua Luiz da Costa Freysleben, 87 – Itaguaçu – Florianópolis/SC – Brasil – CEP: 88085-500
marketing@fundacaohassis.org.br / www.fundacaohassis.org.br
Professor Adjunto de Teoria e Metodologia da História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) vinculado ao Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) e ao Mestrado Profissional em Ensino de História. Atualmente atua como editor da revista Tempo e Argumento, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em História da UDESC/SC. Sua Palestra: “Traços da violência ou antídoto contra a melancolia. Hassis e a Guerra do Contestado”, tem como proposta analisar as representações da guerra do Contestado efetuada por Hassis em série de desenhos de um dos principais movimentos sociais ocorrido no Brasil durante a
Primeira República. O argumento é que esses desenhos destoam de um conjunto de produções literárias, artísticas e historiográficas que representam o Contestado de forma melancólica. Pretende apresentar algumas imagens e representações do Contestado que permeiam o imaginário social, visto que circulam em livros didáticos, em discursos oficiais e na internet. Propõe articulá-las com um projeto político que incorpora o Contestado como elemento da identidade catarinense. Mas que identidade é essa? Qual o lugar ocupado pelos
sujeitos, tanto os do passado quanto os remanescentes da tragédia do Contestado, nessa trama discursivo-política? Qual o lugar e o papel dos desenhos que Hassis fez sobre o Contestado nesse jogo de representações?
“Com a exposição Guerra do Contestado, por Hassis, o Museu Histórico Nacional chama atenção para um dos conflitos sociais mais violentos da história do Brasil. A exposição celebra ainda a obra de Hassis, um dos mais interessantes artistas brasileiros do século XX, reunindo pela primeira vez sua série de 78 desenhos e o seu grande painel sobre a Guerra do Contestado. Esta criação constitui um dos maiores projetos de pintura histórica do Brasil, comparável aos famosos murais de Portinari e às grandes telas do século XIX. Os conflitos travados na região do Contestado entre 1912 e 1916 são frequentemente compreendidos como disputa de fronteiras entre os estados de Santa Catarina e Paraná e que ocorreram num ambiente de religiosidade popular e cuja militarização nacionalizou o desenrolar e a repercussão dos acontecimentos. Todo o processo, no entanto, esteve relacionado com a questão do direito à terra que opôs pequenos proprietários e o grande capital envolvido com a implantação de ferrovias e exploração de madeiras, traduzindo a afirmação do poder federal diante de interesses locais e regionais. Se a memória dominante confirma a vitória da unidade nacional e da razão sobre o misticismo, a memória popular e subterrânea guarda a lembrança da opressão violenta. Entre lembranças e esquecimentos é que se instala a pintura histórica de Hassis.
As representações artísticas do passado colocam diante do olhar imagens que encarnam interpretações da história. No século XX, a arte moderna sem a pretensão de documentar ou naturalizar os fatos históricos, favoreceu o registro autoral e subjetivo na abordagem da história. Tal como Picasso diante dos horrores da Segunda Guerra Mundial, Hassis sustenta sua criação a partir da denúncia da guerra e da opressão. Por meio da obra do artista catarinense, o Museu Histórico Nacional procura destacar a força e a renovação da pintura histórica como gênero artístico no Brasil e que multiplica as leituras sobre a sociedade nacional.
Cabe registrar agradecimentos especiais à Fundação Hassis que desde o primeiro momento recebeu com entusiasmo a parceria em torno deste projeto. A gratidão se estende ainda ao Museu do Contestado e à Secretaria de Estado de Cultura do Governo do Estado de Santa Catarina que juntamente com a Associação de Amigos do Museu Histórico Nacional apoiaram de modo decisivo a realização desta iniciativa.”
Paulo Knauss
Diretor Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.
Museu Histórico Nacional
EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU HASSIS
Exposição Embruxados, de Susano Correia, aborda reflexões filosóficas e existenciais.
Susano Correia nasceu em Florianópolis e formou-se em Artes Visuais pela UDESC. Trabalha principalmente com desenho e pintura. Se interessa especialmente pelas pessoas e pela condição humana. Sua pesquisa em arte é um processo contínuo que abrange toda sua vida. Transforma em trabalhos artísticos suas experiências e seus estudos e acredita que a interação com o público é muito importante, tendo em vista que ele é parte fundamental da significação dos trabalhos. “Sem público não há arte”, comenta.
A exposição Embruxados, de Susano Correia, abre para o público no dia 21 de julho, na Fundação Cultural Hassis, em Florianópolis, abordando reflexões filosóficas e existenciais através de desenhos e pinturas que trabalham com o conceito de embruxamento.
O embruxamento pode ser encontrado em diferentes esferas, sobre infinitos formatos. É um conceito subjetivo e, portanto, adaptável, sugerindo a todas as suas aplicações um descompromisso com a “verdade”, a fim de buscar sua relação com o “talvez”. Para Susano Correia “podemos contornar um embate, tendo em mente que o importante não é precisamente deter a verdade, que é ignorada enquanto conceito subjetivo nas discussões, mas permitir livre curso à vida em toda sua potência”.
A exposição Embruxados, de Susano Correia, propõe uma reflexão sobre o tempo e o espaço no qual nos situamos, ou seja, a sociedade contemporânea e suas situações de embruxamento. O artista parte de um diálogo com as obras de Franklin Cascaes, trazendo o significado de embruxado para as situações atuais as quais vivenciamos.
A palavra embruxamento trata, desse modo, do ato de embruxar ou de estar embruxado. Em um primeiro olhar remete a figura bruxólica, mas, nessa situação procura ir além dessa categorização, pensando, principalmente o embruxamento como algo comum a todos, que passa pelo psicológico, está presente na sociedade e é difícil de escapar.
Fanatismos, radicalismo, preconceitos e vícios, por exemplo, são situações de embruxamento. O artista, transforma essas situações em imagens, objetivando tocar na subjetividade de quem observa, causando provocações e reflexões.
Estamos assombrados pelos nossos próprios fantasmas, demônios e bruxas. A pequena parte da nossa mente que podemos acessar é um feixe de luz numa imensidão escura, que se move aleatoriamente. E as criaturas que habitam onde não podemos ver ainda dizem respeito a nós. Compõe uma parte misteriosa e ativa de nossa psique que se manifestam nas lacunas de nossa razão e influencia no trajeto de nosso pensamento.
Facebook: facebook.com/susanocorreia
Blog: notasvisuais.com
Instagran: @notasvisuais
Data de Abertura: 21 de Julho de 2016
Horário: 19h30min
Visitação: 22 de Julho a 10 de Setembro de 2016
Agendamento e mais informações pelo fone (48) 85012707 ou pelo email: educarte@fundacaohassis.org.br
Abre nesta quarta dia 27/07 a exposição Beta Monfroni
Tendo como ponto de partida a observação de simples feixes de gravetos,Beta Monfroni como excelente desenhista que é,despojou-os de seu peso,volume e características não essenciais convertendo-os em idéias com as quais criou sua escrita particular.Essa escrita nos fala de um microcosmo pautado pela discrição,sutileza e sensibilidade.A expressividade dos desenhos resulta da fluidez do traço,dos contrastes estabelecidos entre linhas de diferentes espessuras,das texturas gráficas obtidas através de um maior ou menor adensamento de linhas que ora se expandem ora se contraem e sobretudo pela tensão espacial criada pela justaposição de verticais e diagonais que predominam,impregnando as composições com seu instável equilíbrio.Sem conotações ilustrativas,são desenhos que possuem uma absoluta autonomia plástica.Através dessa técnica que é a arte mais elementar da plástica,presente em praticamente todas as formas de expressão artística, Beta nos fala da sua própria subjetividade com suas tensões,conflitos,perplexidades e encantamentos.
João Otávio Neves Filho, membro da ABCA AICA
A exposição aconteceu do dia 27 de abril de 2016, com encerramento 27 de maio. Agendamento de visitas pelo e-mail: educarte@fundacaohassis.or.br.
15 Anos da Fundação
Aos 15 anos da criação da Fundação Hassis, lançamos nosso novo site para este ano comemorativo. Também neste ano Hassis completaria 90 anos. Para prestigiar este ano, uma série de eventos vão ser realizado pela Fundação. Neste site estarão todas as informações sobre todos os eventos, confira agora alguns desses projetos e navegue a vontade.
Lançamento do site
Realizado por Fabricio Boppré, o site te proporciona uma navegação agradável e com muita informação sobre o artista e demais conteúdos pertinentes a ele e aos projetos realizados pelo Museu Hassis. Em breve, mais informações, imagens e vídeos vão complementar este site.
Exposições no Museu Hassis
Exposições no Museu Hassis
Em abril abrirá a primeira exposição de 2016, intitulada “PLI – Paróquia Livre de Itaguaçu”. Título dado pelo próprio artista aos encontros familiares e com amigos que aconteciam em Itaguaçu, praia bem frequentada nos anos dourados do desenvolvimento do bairro. Vamos colocar ao deleite do publico uma série de desenhos, pinturas, fotografias e um filme realizado pelo Hassis em 1968. Uma exposição linda que traz a memória de um lugar que sofreu as mudanças do progresso contemporâneo.
MOSQ – 2016
EM BREVE MOSQ 2016
A segunda edição da maior feira de artes do sul do Brasil esta agendada para acontecer nos dias 02 a 11 de setembro, e vai contar com novos e consagrados artistas.
MOSQ é uma Feira de Artes Visuais idealizada pelas promotoras culturais Denise Becker, Leilah Corrêa Vieira e Vania Rossi em conjunto com a Fundação Hassis com um propósito único de democratizar a arte, tornando-a acessível à contemplação e comercialização.
A segunda edição da feira será realizada no D’ACAMPORA BISTRÔ E EVENTOS, na SC 401 Km nº 10, Florianópolis – SC.
Exposição: Guerra do Contestado – Arte e Historia por Hassis
Exposição: Guerra do Contestado – Arte e História por Hassis
Em uma parceria inédita entre Fundação Hassis, Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, e Museu do Contestado, acontece em agosto, durante as Olimpíadas, na cidade do Rio de Janeiro, a exposição dos trabalhos realizado pelo artista Hassis, abordando a guerra que devastou parte de Santa Catarina e do Estado do Paraná. Através de 78 desenhos, o artista narra sua visão sobre a guerra. Faz também parte da exposição o painel “ Terra Contestada” , com mais de 36m², relatando os principais fatos, como a fé religiosa, a luta do Estado e empresa contra os moradores da região, trazendo a dor de um povo isolado, em uma exposição inédita que projeta a arte e a história de Santa Catarina para o Brasil.